domingo, 24 de abril de 2011

Após 25 anos, Chernobyl ainda causa riscos ambientais

A catástrofe radioativa da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, então república da União Soviética, em 1986, continua um perigo para o meio ambiente. De acordo com pesquisadores, animais como castores, veados, gaviões e águias até retornaram para a zona de isolamento de 30 quilômetros naquele local, mas o cenário de aparente normalidade pode ser enganoso, afirma o professor de Biologia da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, Tim Mousseau.

Um dos poucos cientistas a testar a biodiversidade em torno de Chernobyl com profundidade, Mousseau e seus colegas publicaram, em 2010, o maior censo da vida selvagem na região. O levantamento mostrou que o número de mamíferos caiu, assim como a diversidade dos insetos, incluindo marimbondos, gafanhotos, borboletas e libélulas.

Em um estudo publicado em fevereiro deste ano, foram registrados 550 pássaros, de 48 espécies e de oito locais diferentes, que tiveram seus cérebros medidos.

Aves que viviam em locais de alta radiação tinham cérebros 5% menores que as que moravam em lugares onde a radiação era menor. A diferença era grande entre aves com menos de um ano. Cérebro menor está ligado a menores habilidade cognitiva e capacidade de sobrevivência.

Poeira e cinzas radioativas espalharam-se por mais de 200 mil quilômetros quadrados depois que o reator quatro de Chernobyl explodiu, em 26 de abril de 1986. Ucrânia, Bielorrússia e Rússia, as duas também repúblicas da União Soviéticas e, assim como a primeira, independentes desde 1991, foram as regiões mais afetadas, apesar de alguns vestígios terem alcançado também o Norte da Escócia e o Oeste da República da Irlanda. Isso exigiu restrições de longo prazo na criação de gado.

Atualmente, as principais ameaças são o césio 137 e, em menor grau, o estrôncio 90. A radioatividade caiu nos últimos 25 anos, mas as regiões mais críticas têm contaminação em até 20 centímetros abaixo do solo.

As partículas radioativas passam do solo para as plantas por meio das raízes, e para os animais por meio da vegetação que eles comem, podendo chegar aos humanos através da carne e do leite. (das agências de notícias)

Fonte: Jornal O Povo de 24 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Benefícios do Magnetismo

Foi através da bússola que a humanidade, por meio dos chineses (por volta de 2000 a.C), começou a trilhar o longo caminho de avanços tecnológicos que o Magnetismo lhe possibilitaria conhecer.
Com a descoberta de sua relação com a Eletricidade, no início do século XIX, os fenômenos magnéticos ganharam uma importante posição na área das pesquisas científicas e tecnológicas. Foi assim que, na segunda metade do século XIX, através da Revolução Industrial, novos progressos tecnológicos (através do estudo do Magnetismo) se alcançaram.
O gerador, por exemplo, é um tipo de aplicação tradicional do Magnetismo. Mas sua criação só foi possível através da descoberta da Lei de indução eletromagnética (por Faraday e Henry) - que diz que é possível produzir uma corrente elétrica fazendo um ímã se mover no interior de uma bobina ou passar uma corrente elétrica em uma outra corrente bobina próxima; gerando um campo magnético. Essa foi uma das mais importantes descobertas do século XIX, pois foi a partir desse conhecimento que foi possível desenvolver o sistema de produção de energia elétrica em larga escala. Além do gerador e motor, também são empregados na produção e distribuição de energia elétrica, os transformadores, economizando bilhões por ano, pois ajudam a reduzir as perdas de energia.
Os ímãs permanentes (que criam um campo magnético estável) têm um forte papel na tecnologia moderna, tendo aplicações em várias áreas como: em dispositivos eletromagnéticos (os já citados motores e geradores); na área da medicina (ressonância magnética nuclear, marcapassos); nos equipamentos acústicos (com os alto-falantes, agulhas magnéticas, fones); em instrumentos científicos; e, em muitas outras áreas de aplicações. O mercado mundial de materiais magnéticos permanentes é da ordem de US$ 1bilhão ao ano e o dos equipamentos provenientes de sua aplicação é da ordem de dezenas de vezes maior.
Os motores, geradores e transformadores são produtos da utilização, também, de materiais magnéticos doces (ou maleáveis). É comum, também, o uso desses materiais como sensores magnéticos que possuem um mercado circulante em torno de US$ 1bilhão por ano.
A gravação magnética é responsável por fazer funcionar os gravadores de som e vídeo, além  dos equipamentos acionados por cartões magnéticos (como os caixas eletrônicos de bancos). Como exemplos práticos de equipamentos provenientes da gravação magnética temos as  antigas fitas de gravação de vídeo, de cassete, além de disquetes e discos rígidos de computadores.
Com a Segunda Guerra Mundial, o Magnetismo sofreu outro grande avanço: a descoberta da polarização ac, por exemplo, possibilitou uma enorme melhoria na fidelidade da gravação de áudio e outras técnicas foram desenvolvidas para o emprego do radar.
A nanotecnologia tem, continuamente, sofrido avanços significativos em várias áreas de sua aplicação e, atualmente, promete verdadeiros milagres; como: o uso de fluidos magnéticos biocompatíveis como vetores de droga, por exemplo. O objetivo é que esses fluidos magnéticos biocompatíveis atuem diretamente sobre as células alvo (células cancerosas, por exemplo), retirando-as ou destruindo-as. Isso ocorreria com conexão de nanopartículas magnéticas a células cancerosas, que tornaria possível aplicar um campo magnético alternado suficientemente forte para movimentar essas partículas e aquecer localmente o tumor, provocando a eliminação do câncer sem aqueles efeitos indesejáveis da quimioterapia e radioterapia.
Atualmente, as pesquisas  biomagnéticas têm utilizado marcadores magnéticos como forma de estudar o comportamento de alguns órgãos ou desvendar alguns mecanismos do corpo humano (como a digestão).
Outra aplicação promissora seria no campo ambiental, onde as partículas magnéticas poderiam atuar na eventualidade de um vazamento de óleo, facilitando a coleta, recuperação e limpeza da área afetada.
Um assunto bem atual, que não pode deixar de se citar, é o início do funcionamento, em 2008, do maior acelerador de partículas do mundo (LHC); de 27km de circunferência, que tem o objetivo de estudar a estrutura da matéria em dimensões menores que a do próton. O LHC usa ímãs supercondutores em sua estrutura que têm como objetivo obrigar o feixe de prótons a fazer curvas e permanecer continuamente na trajetória circular do anel. Esses ímãs foram produzidos com fios de cobre, titânio e nióbio.
No entanto, deve-se compreender que o magnetismo não se resume apenas a avanços tecnológicos. Ele é contribuinte indispensável para a preservação da vida na Terra. Sabe-se que, por exemplo, nosso planeta é continuamente bombardeado por partículas carregadas vindas principalmente do Sol. Grandes fluxos dessas partículas são incompatíveis com a preservação da vida. No entanto, poucas dessas partículas chegam à superfície terrestre; pois, a grande maioria, é desviada pelo campo magnético da Terra.
O que muita gente não sabe é que o magnetismo é também presente nos seres vivos; para alguns é até questão de sobrevivência. Alguns pássaros como os pombos conseguem se orientar por meio das linhas de campo magnético da Terra, voando sob elas. Mais ainda, algumas bactérias aquáticas, moscas, abelhas, borboletas, peixes, golfinhos, tartarugas, são influenciados por esse campo.
O próprio ser humano possui, em seu organismo, materiais magnéticos e vários processos biológicos geram campos magnéticos em seu corpo. Sabe-se, por exemplo, que o cérebro humano gera correntes elétricas continuamente e, consequentemente, campos magnéticos. O fígado, o baço e o coração apresentam propriedades paramagnéticas, ou seja, ao aplicar neles um campo magnético, os íons de ferro tendem a se alinhar, reforçando esse campo.
Milhares de outras aplicações poderiam ser citadas (televisão, microfone, microondas, radares), mas essas já dão uma idéia da dimensão da atuação do magnetismo na vida humana.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Eletricidade e magnetismo: história e desenvolvimento.

Antes do início do século XIX, os fenômenos relacionados com a eletricidade e o magnetismo eram considerados totalmente desconexos.
Vários corpos chamados isolantes podiam ser eletrizados por atrito e, com isto, exibiam os fenômenos de atração e repulsão elétrica.
Outros corpos chamados condutores permitem o fluxo ou passagem das cargass elétricas, podendo também ser polarizados eletricamente na presença de isolantes carregados em suas proximidades. Isolantes carregados eletricamente atraem corpos leves de diversas naturezas.
Os fenômenos magnéticos, embora também sejam caracterizados por atrações e repulsões, eles se restringiam, até à época, aos ímãs naturais e aos metais ferromagnéticos. Já as atrações elétricas eram quase universais.
Os fenômenos magnéticos eram observados apenas em uma classe bem restrita de substâncias.
As cargas podem ser isoladas umas das outras, o que não acontece com os pólos magnéticos.
Havia, porém, indícios de que existia alguma relação entre o magnetismo e a eletricidade. Estas duas classes de fenômenos eram regidas pela teoria dos dois fluidos: carga vítrea e resinosa (positiva e negativa) na eletricidade e pólo austral e boreal (ou norte e sul) no magnetismo. Além do mais, as leis de força da Eletrostática e Magnetostática eram semelhantes à Teoria gravitacional de Newton.
Em 1820, Hans Christian Oersted (professor da Universidade de Copenhagen /dinamarquês), observou que um longo fio conduzindo uma corrente constante alterava a orientação natural de uma bússola colocada em suas proximidades.
Essa descoberta desencadeou uma série de pesquisas que levou à criação de um novo ramo da Física (relacionando a eletricidade e o magnetismo): o Eletromagnetismo.
Mais tarde, Jean-Baptiste Biolt e Félix Savart interpretaram esta experiência como uma indicação de que a passagem de corrente pelo fio o havia magnetizado.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Enem vai substituir exame de desempenho de alunos que entram no curso superior

A partir deste ano, os alunos que tiverem participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 ou 2010 não serão obrigados a fazer a prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que é aplicado a alunos ingressantes e concluintes de cursos superiores de instituições públicas e particulares. Na edição deste ano, cujas provas estão marcadas para 6 de novembro, serão avaliadas 26 graduações e cursos tecnológicos. A substituição vai valer apenas para os alunos que estão entrando no curso superior.

A substituição do Enade de ingressantes pelo Enem é uma demanda antiga das instituições de ensino. A participação no Enade é obrigatória – quem não comparece fica impedido de colar grau ao final do curso – mas o desempenho do aluno na prova não interfere no seu currículo. Sem esse compromisso, as instituições defendiam que a nota do curso ficava comprometida.

O Enade é aplicado a ingressantes e concluintes de cursos superiores para avaliar a qualidade do ensino oferecido pelas instituições a partir do “valor agregado” pelo estudante ao longo da formação. A nota obtida pelos alunos é utilizada no cálculo de vários indicadores de qualidade que são utilizados para regular a oferta de ensino no país. O Ministério da Educação (MEC) calcula que 1,2 milhão de alunos estão aptos a participar do exame em 2011.

A inscrição dos alunos é de responsabilidade da instituição e deve ser feita de 18 de julho a 19 de agosto pela internet. São considerados alunos ingressantes aqueles que tenham iniciado o curso em 2011. Já os concluintes são aqueles que tenham expectativa de formatura em 2011 ou que tiverem cursado mais de 80% da carga horária mínima do currículo.

Apesar de dispensados da prova, os ingressantes que tiverem participado do Enem devem ser inscritos no Enade normalmente, para efeito de cadastro. De acordo com o MEC, a dispensa tem como objetivo reduzir custos e dar eficácia à aplicação da prova. A economia será de aproximadamente R$ 30 milhões. Outro motivo para fazer essa substituição é que o Enade de ingressante, por ser aplicado no fim do primeiro ano letivo, não aferia as habilidades e conhecimentos adquiridos pelo aluno desde sua entrada até o segundo semestre do curso.

No Enade, os alunos que não comparecem no dia da prova ficam em situação irregular no MEC e precisam esperar uma nova edição do exame para obter o diploma. Outra novidade, a partir deste ano, é que o estudante nessa situação não precisará fazer a prova, basta que a instituição de ensino faça sua inscrição e o caso fica regularizado.

Em 2011, serão avaliados os cursos superiores em arquitetura e urbanismo, engenharia, biologia, ciências sociais, computação, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, química, pedagogia, educação física, artes visuais e música. Também participam do Enade os alunos de cursos técnicos em alimentos, construção de edifícios, automação industrial, gestão da produção industrial, manutenção industrial, processos químicos, fabricação mecânica, análise e desenvolvimento de sistemas, redes de computadores e saneamento ambiental. A portaria com as regras do Enade 2011 foram publicadas nesta segunda-feira, 18, no Diário Oficial da União.
 
Fonte: Jornal O Povo de 18 de maio de 2011