sexta-feira, 22 de abril de 2011

Benefícios do Magnetismo

Foi através da bússola que a humanidade, por meio dos chineses (por volta de 2000 a.C), começou a trilhar o longo caminho de avanços tecnológicos que o Magnetismo lhe possibilitaria conhecer.
Com a descoberta de sua relação com a Eletricidade, no início do século XIX, os fenômenos magnéticos ganharam uma importante posição na área das pesquisas científicas e tecnológicas. Foi assim que, na segunda metade do século XIX, através da Revolução Industrial, novos progressos tecnológicos (através do estudo do Magnetismo) se alcançaram.
O gerador, por exemplo, é um tipo de aplicação tradicional do Magnetismo. Mas sua criação só foi possível através da descoberta da Lei de indução eletromagnética (por Faraday e Henry) - que diz que é possível produzir uma corrente elétrica fazendo um ímã se mover no interior de uma bobina ou passar uma corrente elétrica em uma outra corrente bobina próxima; gerando um campo magnético. Essa foi uma das mais importantes descobertas do século XIX, pois foi a partir desse conhecimento que foi possível desenvolver o sistema de produção de energia elétrica em larga escala. Além do gerador e motor, também são empregados na produção e distribuição de energia elétrica, os transformadores, economizando bilhões por ano, pois ajudam a reduzir as perdas de energia.
Os ímãs permanentes (que criam um campo magnético estável) têm um forte papel na tecnologia moderna, tendo aplicações em várias áreas como: em dispositivos eletromagnéticos (os já citados motores e geradores); na área da medicina (ressonância magnética nuclear, marcapassos); nos equipamentos acústicos (com os alto-falantes, agulhas magnéticas, fones); em instrumentos científicos; e, em muitas outras áreas de aplicações. O mercado mundial de materiais magnéticos permanentes é da ordem de US$ 1bilhão ao ano e o dos equipamentos provenientes de sua aplicação é da ordem de dezenas de vezes maior.
Os motores, geradores e transformadores são produtos da utilização, também, de materiais magnéticos doces (ou maleáveis). É comum, também, o uso desses materiais como sensores magnéticos que possuem um mercado circulante em torno de US$ 1bilhão por ano.
A gravação magnética é responsável por fazer funcionar os gravadores de som e vídeo, além  dos equipamentos acionados por cartões magnéticos (como os caixas eletrônicos de bancos). Como exemplos práticos de equipamentos provenientes da gravação magnética temos as  antigas fitas de gravação de vídeo, de cassete, além de disquetes e discos rígidos de computadores.
Com a Segunda Guerra Mundial, o Magnetismo sofreu outro grande avanço: a descoberta da polarização ac, por exemplo, possibilitou uma enorme melhoria na fidelidade da gravação de áudio e outras técnicas foram desenvolvidas para o emprego do radar.
A nanotecnologia tem, continuamente, sofrido avanços significativos em várias áreas de sua aplicação e, atualmente, promete verdadeiros milagres; como: o uso de fluidos magnéticos biocompatíveis como vetores de droga, por exemplo. O objetivo é que esses fluidos magnéticos biocompatíveis atuem diretamente sobre as células alvo (células cancerosas, por exemplo), retirando-as ou destruindo-as. Isso ocorreria com conexão de nanopartículas magnéticas a células cancerosas, que tornaria possível aplicar um campo magnético alternado suficientemente forte para movimentar essas partículas e aquecer localmente o tumor, provocando a eliminação do câncer sem aqueles efeitos indesejáveis da quimioterapia e radioterapia.
Atualmente, as pesquisas  biomagnéticas têm utilizado marcadores magnéticos como forma de estudar o comportamento de alguns órgãos ou desvendar alguns mecanismos do corpo humano (como a digestão).
Outra aplicação promissora seria no campo ambiental, onde as partículas magnéticas poderiam atuar na eventualidade de um vazamento de óleo, facilitando a coleta, recuperação e limpeza da área afetada.
Um assunto bem atual, que não pode deixar de se citar, é o início do funcionamento, em 2008, do maior acelerador de partículas do mundo (LHC); de 27km de circunferência, que tem o objetivo de estudar a estrutura da matéria em dimensões menores que a do próton. O LHC usa ímãs supercondutores em sua estrutura que têm como objetivo obrigar o feixe de prótons a fazer curvas e permanecer continuamente na trajetória circular do anel. Esses ímãs foram produzidos com fios de cobre, titânio e nióbio.
No entanto, deve-se compreender que o magnetismo não se resume apenas a avanços tecnológicos. Ele é contribuinte indispensável para a preservação da vida na Terra. Sabe-se que, por exemplo, nosso planeta é continuamente bombardeado por partículas carregadas vindas principalmente do Sol. Grandes fluxos dessas partículas são incompatíveis com a preservação da vida. No entanto, poucas dessas partículas chegam à superfície terrestre; pois, a grande maioria, é desviada pelo campo magnético da Terra.
O que muita gente não sabe é que o magnetismo é também presente nos seres vivos; para alguns é até questão de sobrevivência. Alguns pássaros como os pombos conseguem se orientar por meio das linhas de campo magnético da Terra, voando sob elas. Mais ainda, algumas bactérias aquáticas, moscas, abelhas, borboletas, peixes, golfinhos, tartarugas, são influenciados por esse campo.
O próprio ser humano possui, em seu organismo, materiais magnéticos e vários processos biológicos geram campos magnéticos em seu corpo. Sabe-se, por exemplo, que o cérebro humano gera correntes elétricas continuamente e, consequentemente, campos magnéticos. O fígado, o baço e o coração apresentam propriedades paramagnéticas, ou seja, ao aplicar neles um campo magnético, os íons de ferro tendem a se alinhar, reforçando esse campo.
Milhares de outras aplicações poderiam ser citadas (televisão, microfone, microondas, radares), mas essas já dão uma idéia da dimensão da atuação do magnetismo na vida humana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário